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Rei Davi era bastardo? era filho de prostituta? quem era sua mãe?



Há muita especulação sobre a vida do Rei David. E tem muitas historias e estorias sobre ele. Coisas intrigantes, e como se não bastasse, outros estarem na bíblia com algumas faltas e erros, ele não seria diferente. Porem de todos os comentários, o que mais chama atenção não é o fato de ser assassino e adultero. Mas ter uma linhagem duvidosa, ou seja, bastardo. Veremos a seguir detalhes que pode dar o que falar. E ainda o motivo que Davi era para seu pai Jessé uma vergonha. Mas porque? Eis ai o motivo de minha busca.

Isto deixa diversas interpretações possíveis:

1)- Que Naás era mulher, esposa de Jessé e mãe de todos os envolvidos (o nome podia ser dado a pessoas de ambos os sexos), mas isto não é muito provável, porque as mulheres eram incluídas numa genealogia apenas por motivos especiais, que aqui parecem faltar.

2)-Que Naás era outro nome de Jessé, conforme sugere A Septuaginta grega (edição lagardiana) tem “Jessé” em vez de Naás em 2 Samuel 17,25.

3)- Que Naás era o anterior marido da esposa de Jessé (uma sugestão mais provável) e que ela deu à luz para Naás duas filhas, Abigail e Zeruia, antes de se casar com Jessé e dar-lhe vários filhos.

4)- Abigail é chamada de “filha de Naás”, mas ela e sua irmã não são chamadas diretamente de filhas de Jessé, pai de Davi, embora sejam mencionadas como as “irmãs” dos filhos de Jessé, inclusive Davi. Isso nos mostra que era de outra linhagem.

Davi era descendente de Boaz e Rute, e tinha uma ascendência que remontava a Judá, por intermédio de Peres. (Rute 4,18-22; Mt 1,3-6) Este caçula dentre os oito filhos homens de Jessé também tinha duas irmãs ou meias-irmãs. (1Sam 16,10-11; 17,12; 1Cr 2,16).

Um dos irmãos de Davi evidentemente morreu sem ter filhos e foi assim omitido em registros genealógicos posteriores. (1Cr 2,13-16)

Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. Salmos 51:5-6

Não existe erro em interpretar que Davi se refere ao estado em que todo ser humano nasce, ou seja, no pecado original, mas seria um erro desconsiderar a informação literal que temos no mesmo versículo.

Diferente do salmo 23, Davi está num momento crítico de sua vida, onde é confrontado pelo juízo de Deus por causa de seu duplo pecado no caso da mulher de Urias, é nesse momento que sua alma se angustia e, em arrependimento, ele clama a Deus.
Ao dizer que foi formado em iniquidade e concebido em pecado por sua mãe, Davi não está poetizando, mas de fato, está declarando um fato de sua vida.
Davi foi fruto do pecado de seu pai Jessé, e provavelmente era filho de uma moabita ou caananita e não da mãe de seus irmãos.

Vamos às evidências.

APARÊNCIA - Se a Bíblia evidencia a aparência de alguém é porque tinha algo distinto do comum. No caso de Davi, ele era diferente de seus irmãos.

Então mandou chamá-lo e fê-lo entrar (e era ruivo e formoso de semblante e de boa presença); e disse o SENHOR: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo. 1 Samuel 16:12

E, olhando o filisteu, e vendo a Davi, o desprezou, porquanto era moço, ruivo, e de gentil aspecto. 1 Samuel 17:42

É fato que os rapazes judeus são de aspectos viris, rústicos e não são ruivos.

EVIDÊNCIAS CULTURAIS - O trabalho sujo de uma família era responsabilidade do filho bastardo se houvesse e o mesmo não podia sentar-se à mesa com os filhos legítimos.

Davi recolhia os monturos (lixo caseiro, resto das refeições) em sua casa. Salmo 113.7
Davi apascentava os rebanhos de seu pai. I Samuel 17.20;28
Davi não se sentava à mesa junto com seus irmãos. I Samuel 16.10-11


Porque Davi disse: “em pecado me concebeu minha mãe”?

Afinal, descobre a verdade de seu nascimento: “Em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl 51:5). Embora este texto tenha sido explicado na História como sendo uma sina humana ou seja, o “pecado original”, pelos pais da Igreja, em realidade não passa de uma conjectura, porque, na verdade, não existe pecado original.

Nenhum texto da Bíblia apóia tal doutrina católica, a qual os protestantes, sem uma avaliação, acabaram herdando daquela teologia. Na verdade, Davi estava falando de sua situação pessoal, da sua afronta e da afronta de sua pequena família, que vivia em uma tenda campal separada da casa de Jessé.

Não se referia ao pecado de Adão, pelo qual toda a raça humana foi condenada à morte (Rm 5:14). Pois, se assim fosse, a relação íntima entre marido e mulher seria considerada impura e pecaminosa, quando, de fato, é um ato santo e,também,de santificação (1Co 7:14). Hoje, inclusive, alguns crêem e defendem veementemente que a relação conjugal é um grave pecado. Mas, o que nos chama a atenção é que, geralmente, os tais defensores têm tantos filhos quanto Jacó!

A origem de tudo. Lendo o texto de 2 Samuel 17:25:“E Absalão colocou Amasa (“fardo”) à frente de seu exército, no lugar de Joabe. E Amasa era filho de um homem chamado Itra (“abundância”), israelita, que se chegou a Abigail, filha de Naás (“serpente”), irmã de Zeruia, mãe de Joabe” (2 Sm 19:13; 20:9‐12). O destino de Amasa está sendo confirmado. Aqui, chegamos a conhecer quem era a mãe de Davi: Naás. Davi tinha duas irmãs: Abigail e Zeruia. Abigail foi mãe de Amasa e Joabe era filho de Zeruia, uma mulher de caráter forte, grande influenciadora de seus tres filhos: Abisai, Joabe e Asael (1 Cr 2:16). Davi suportava os filhos de sua irmã Zeruia, pois eram um mal necessário. Embora fossem seus sobrinhos, Davi não os considerava parentes (2 Sm 19:22).Mas Davi amava o filho de sua irmã Abigail (2 Sm 19:13), e a ambos, mãe e filho, considerava de fato seus parentes sanguíneos: carne da mesma carne e osso dos seus ossos.

Sabemos, pelo texto acima que Naás era mãe de Davi, e Zeruia e Abigail suas irmãs por parte de mãe. Davi, com isso, era filho de Jessé com Naás. Esta era a razão pela qual Davi vivia isolado com a sua mãe em uma pequena tenda no campo, onde:

(1) Era considerado vil (Sl 69:19) e como pastor de umas poucas ovelhas, foi acusado indiretamente de fracassado por seu irmão mais velho (1 Sm 17:28).
(2) Seus irmãos o abandonaram no lodo (Sl 69:2).
(3) Foi deixado no deserto, desesperado (Sl 69:3).
(4) Foi odiado sem razão muitas vezes (Sl 69:4).
(5) Seus irmãos eram seus inimigos gratuitamente (Sl 69:4c).
(6) Vivia sob grande afronta e vergonha por causa da situação civil de sua mãe (Sl 69:19; Sl 51:5). Mas sua mãe era uma mulher forte e o ensinou a vencer os desafios da vida.
(7) Era considerado estrangeiro por seus irmãos (Sl 69:8).
(8) Passou fome (Sl 69:10).
(9) Era objeto de escárnio de seus irmãos (Sl 69:11). Um de seus irmãos era o principal autor desses escárnios; por isso o tal perdeu o seu lugar na lista dos filhos de Jessé e o seu nome foi borrado e Davi tomou o seu lugar, conforme a profecia dita a Rute, mas que se cumpriu em Davi (Sl 69:28; Rt 4:14,15): “...Melhor do que sete filhos”, era o oitavo filho de Jessé (1 Sm 16:6‐10; 1 Cr 2:15).
(10) Era motivo de fofocas (Sl 69:13) e tema das canções dos bêbados.
(11) Sabia qual era a sua grande afronta, por ser um filho ilegítimo (Sl 51:5; Sl 69:19).
(12) Era odiado pelos seus irmãos, que zombavam dele (Sl 69:21).
(13) Chamado de presunçoso, maldoso e bisbilhoteiro (1 Sm 17:28). Bisbilhoteiro, só é chamado se voce nao for considerado da familia e se voce não vive dentro da mesma casa.
(14) Era acusado sem saber porquê (1 Sm 17:29).


Por que Davi era tão odiado? Davi nasceu como fruto de uma relação conjugal contratada, como aconteceu com Léia e Raquel (Gn 30:12‐16), Sara e Agar (Gn 16:2). Naás ficou grávida de Davi da mesma forma como Léia ficou de Issacar. A tradição judaica diz que Naás era uma das servas de Jessé, assim como Bila e outras eram servas de Jacó. O acontecimento causou tanta dor e agonia em todos, que Jessé acabou providenciando uma pequena tenda à parte no campo, onde, com alguns animais e poucas ovelhas, aquela pequena família viveu. Uma outra Léia levantou‐se, mas em Belém de Judá, Naás. Depois ou ja eram nascidas, outras duas filhas: Zeruia e Abigail, as quais serão mães dos maiores generais da história de Israel: Amasa, Joabe, Abisai e Asael, todos sobrinhos de Davi (2 Sm 17:25).

A aparência de Davi coma sua mãe revoltava os seus sete irmãos, que zombavam dele constantemente, fazendo‐lhe maldades das mais cruéis, desejando a sua morte. Sua vida foi cruel no meio de seus irmãos. Jessé o detinha ali, um pouco longe deles, mas era em vão.

O que eu vejo numa pessoa que nasceu neste lar, e ainda teve que enfrentar urso e leão, para proteger o rebanho de seu pai, as malhadas. As escoria das ovelhas, porque não servia para sacrifício. Crescer e meios a tantos conflitos familiares e se possível passar na cara que era bastardo, porque o bastardo não tinha o direito de entrar na casa principal, comer e festejar juntos não podia. Então o enfrentar o urso e o leão, não vejo como uma bravura, mas alguém que desejava a morte, porque não faria diferença nenhuma na vida dele, viver ou morrer naquele momento. Até porque ninguém o viu fazer tal coisa para ser um ato de bravura.

Naquela tenda pastoril, criado pela sua mãe, ele aprendeu a tocar harpa, a arte da guerra, a acertar alvos com pedras, a arte da funda, e os segredos da noite no meio de seu pequeno rebanho, atração dos leões ferozes da região. Ruivo como a sua mãe, de belo parecer, sisudo em palavras, valente, cheio de ânimo, varão de guerra e, acima de tudo, o Senhor era com ele (1 Sm 16:18).Por todas estas coisas maravilhosas inspirava inveja de todos os seus irmãos. Ele jamais havia comido na mesa da casa de seu pai. Jamais havia assentado‐se no meio de seus irmãos. Era uma utopia pensar que um dia seria diferente.

“Preparas uma mesa perante mim, na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda”.

Samuel conversou a sós com Jessé, que consente em santificar os seus filhos. Jessé não rejeitou pagar os valores da santificação, como era comum (Lv 27:1‐12). Seus sete filhos foram santificados, menos Davi pois não tinha o status de filho. Ele não pode presenciar nenhum daqueles movimentos. Sacrifícios foram oferecidos, e a sua casa tornou‐se um tabernáculo. Ele daria tudo para ver tudo aquilo que foi negado aos seus olhos.

Samuel preparou o chifre com azeite genuíno, especial para ungir o novo rei. Jessé saiu pelos quartos falando forte com todos os sete filhos, um por um: “Arrumem‐se! Hoje é um dia especial”. Mas, lá no campo, Davi, alimentava as ovelhas e sussurrava aquela parte da canção, indagando o que seria: “Preparas uma mesa perante mim, na presença de meus...”. Sem que ninguém tivesse conhecimento da intenção divina nem do profeta, Samuel, depois de santificá‐los, os convida à festa que começa. Assim, Samuel inicia a cerimônia, chamando o primogênito de Jessé. Ele vem: alto, forte e de bela aparência. Samuel pensa ser aquele. Mas Deus o repreende e ordena‐lhe que veja mais fundo: no coração. Um por um, passaram todos os filhos: o belo, o forte, o corajoso, o intelectual, o zombador, o obediente, o desobediente, enfim, todos! Olhando ao coração, bem no interior do espírito, fato comum ao profeta, nenhum deles foi aprovado. Deus não escolheu nenhum deles.

Samuel percebeu logo que algo estava errado. Como profeta, sabia que a família estava dividida. Mas não entrou em detalhes e perguntou: “Há mais algum mancebo?”.
Não perguntou se havia filhos. Perguntou se havia mancebos, pois a sabedoria dizia que Davi não tinha status de filho(pelo menos legitimo não). Jessé não esperava aquela pergunta. Mas respondeu: “O menor, ele está cuidando das ovelhas”. Samuel pediu que o trouxessem, pois não se assentariam à mesa até que ele chegasse ali.

Perceberam? Que a mesa ja estava pronta? 
E ele não participa.

Não havia roupa especial para ele. Na sua concepção, ele jamais usaria uma roupa festiva. Então, vestido como um pastorzinho, o levaram. Mas, enquanto o profeta pensava, Deus o despertou: “Eis aí o rei. Unge‐o!”. O azeite cairá sobre a sua cabeça, e levará vinte e oito anos para chegar às orlas de seus vestidos (Sl 133).
A seguir, eles assentaram‐se à mesa. Davi não sabia como comportar‐se ali. seus irmãos o encaravam; ele baixava os olhos,mas por dentro dizia, cheio de gozo: “Preparas uma mesa perante mim, ma presença de meus angustiadores; unges a minha cabeça com óleo, e o meu coração dispara!” (Sl 118:22).

A partir daqui, muitas situações adversas passaram sobre ele, mas a unção o ajudou a triunfar. Não somente triunfará sobre todas as dificuldades, como também registrará nos seus salmos, em suas preciosas orações, como confiar em Deus em meio a tamanhas circunstâncias adversas, a fim de consolar a todos aqueles que trilharem pelo mesmo caminho.

Nos seus salmos, encontramos:
(1) força que enfrenta corajosamente os seus adversários;
(2) que mesmo tendo nascido sob circunstâncias moralmente vergonhosas, pela nossa vossa vocação podemos valorizar a nossa própria dignidade, abstendo‐nos dos pecados de nossos pais;
(3) que podemos silenciosamente triunfar diante das mais graves dificuldades;
(4) que podemos lutar bravamente como guerreiros de Deus que têm sobre si uma missão nacional;
(5) que podemos confiar abertamente na justiça e na misericórdia daquele que nos chamou;
(6) que jamais sucumbiremos sob os desafios de nossa vida se tivermos memoriais e exemplos a seguir;
(7) que podemos ser consolados pelas palavras de alentos do Senhor;
(8) que, dependendo de nossa fé e de nossa convicção, poderemos avançar sem medo.


Baruch HaShem!

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O endemoniado Geraseno ou gadareno? e os porcos e a legio Fretensis



Evangelho de Marcos, capítulo 5, verso 1: YESHUA (Jesus) atravessa o Mar da Galileia e chega à terra dos gerasenos (Gerasa). Mateus, capítulo 8, verso 28: YESHUA (Jesus)  navega pelo Mar da Galileia e desembarca na terra dos gadarenos (Gadara). Mas Gerasa (Marcos= 50Km a sudeste do Mar da Galileia) e Gadara (Mateus= a 10Km do mesmo lago) são cidades diferentes. Ambas são citadas por Plínio como pertencendo a uma liga de dez cidades romanas (Decápolis) fundadas em 64 a.C.

Diante da dificuldade quanto à distância que teria que ser percorrida pelos dois mil porcos até se precipitarem no mar, surgiram várias soluções:

a) Orígenes sugeriu a cidade de Gersesa (sem nenhum fundamento),
b) porcos endemoniados têm força sobrenatural (!),
c) pouco importa, pois o relato não possui caráter histórico.

Mas consiste numa espécie de midrash do capítulo 14 do Êxodo (a exegese rabínica via sentidos velados no texto da Tanak). Quanto a esta última posição, vale comparar Êxodo com Marcos:

Ex 14,28 As águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros, todo o exército de Faraó, que atrás deles havia entrado no mar; não ficou nem sequer um deles.

Mc 5,13 Saindo, então, os espíritos imundos, entraram nos porcos; e precipitou-se a manada, que era de uns dois mil, pelo despenhadeiro no mar, onde todos se afogaram.


O paralelo seria o seguinte: no Êxodo as tropas de Faraó foram destruídas pelo mar sob a liderança de Moisés. Marcos estaria insinuando que tropas romanas (legião) também seriam destruídas pelas águas, agora sob a liderança de Jesus (na parousia?), entendido como uma espécie de Messias político. A tese parece ganhar força quando vem à tona um importante detalhe: A Legio fretensis (legião romana), cujo símbolo era um javali (porco selvagem), estava situada na Síria desde o ano 6 d.C. (também usavam o javali como símbolo a Legio I Italica; XX Valeria-Vitrix e II Adiuntrix). Com a revolta judaica em Jerusalém na década de 60 d.C. a legião foi deslocada da Síria para a capital religiosa dos judeus (participou do cerco/destruição e passou a vigiar suas ruínas da cidade).

Caso esta seja a interpretação correta, a passagem jamais deveria ser utilizada para legitimizar atividades missionárias em terras estrangeiras como geralmente se fazem (tanto Gadara como Gerasa são cidades gentílicas e YESHUA (Jesus)  teria operado milagres em alguma delas). O texto seria uma crítica à ocupação das tropas romanas, instaladas no local desde 63 a.C. sob a liderança de Pompeu. Mas mesmo que esta última interpretação seja tomada como certa, fica a pergunta: por que Marcos escolheu uma cidade tão longe do mar da Galileia (Mt parece querer aproximar)? Mesmo que o relato não seja histórico seria de se esperar certa preocupação com os aspectos geográficos da região. Ou o autor do segundo Evangelho não conhecia bem a região da Galileia?

Marcos diz que o endemoniado andava pelos túmulos (lugares impuros). Israel, enquanto no Egito, também andava em meio aos túmulos (as grandes pirâmides).
Duas coisas me intrigam na passagem:
1) Esse tipo de exegese é comum em Mateus, não em Marcos.
2) Por que Gerasa?


Comentário da Bíblia de Jerusalém sobre o relato de Marcos: "A aldeia de Gerasa, a atual Djerash, está situada a mais de 50 km do lago de Tiberíades, o que torna impossível o episódio dos porcos. É possível que Mc misture dois episódios distintos. Conforme o primeiro, Jesus teria realizado simples exorcismo, na região de Gerasa (vv. 1-8.18-20). Conforme o segundo (cf. Mt 8,28-34), YESHUA (Jesus) manda os demônios para os porcos que se precipitam no lago." [Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2008, p.1765]


A interpretação típica desta passagem é a literal. YESHUA (Jesus) encontra um possesso na região da Decápolis e pratica ali um exorcismo. Aquilo, no entanto, que parece ser mais um dos vários exorcismos praticados por YESHUA (Jesus)  pode, na verdade, ser outra coisa bem diversa daquilo que aparenta.

Essa passagem está cheia de possíveis complicadores, dado que não era de se supor a presença de uma criação de suinos entre judeus. De qualquer forma, para que possamos compreender a questão dos porcos, deve-se pontuar que a região de Gerasa (vista em Marcos) ou Gadara (vista em Mateus) fica na região da Decápolis (atual Jordânia), fora da Judéia. Logo, a presença de uma criação de porcos nessa região não é improvável, dado que era habitada por uma cultura não-judaica em sua maioria. Um outro dado relevante é a distância destas cidades até o mar. Gerasa fica a 48 km do Lago [mar] da Galiléia. Fica também a uma distância semelhante do Mar Morto.Já Gadara fica a 9,6 km. Conferira aqui o mapa da região. Seria realmente um evento grotesco a imagem de 2 mil porcos percorrendo uma verdadeira maratona para se suicidarem.

Mateus nos fala sobre dois endemoniados. Essa parece ser, na verdade, uma opção redacional peculiar do evangelista. Da mesma forma encontramos dois cegos em Jericó (Mt 20,30) e dois cegos em Betsaida (9,29). Tais "duplos" parecem ser um recuro estilístico mateano.

Por outro lado, tal episódio é apenas a imagem de algo bem diverso daquilo que uma interpratação literal possa transparecer. Ela se refere ao império romano. Podemos encontrar referências no Talmud e em outros textos judaicos nos quais os gentios são associados chamados de porcos, cães ou bestas.  Em uma destas passagens, encontramos: "As almas de não-judeus vem de espíritos impuros e são chamadas porcos" Talmud (Jalkut Rubeni gadol 12b). [para maiores detalhes.

Na verdade, o próprio YESHUA (Jesus)  se referiu a eles nestas palavras [caso da mulher cananéia]. O nome do demônio que possuía o corpo daquele indivíduo (Mateus fala de dois endemoniados) nos dá a pista central - trata-se de uma legião. Não é atoa que se contava na casa dos milhares o seu número. Provavelmente o autor original de tal passagem se referia à  legião Fretensis.

Este texto não trata da expulsão física de demônios, mas é, na verdade, mapa cifrado da expulsão do império e da instauração do Reino de Deus, por  YESHUA (Jesus). A saída do demônio é a libertação da opressão imposta pelo domínio romano.




Mas como poderíamos demonstrar tal hipótese?

Para tal, vamos observar alguns dados sobre a marcha das tropas romanas quando da guerra contra os judeus entre 66-73 d.C. Percebam como foi a política de destruição e terra arrasada imposta pelos Romanos à Gerasa e Gadara [segundo Flávio Josefo em seu Guerras Judaicas] :



Gerasa

"Ânio [o oficial comandante] tomou a cidade de assalto, matou mil jovens — todos aqueles que não tinham escapado —, aprisionou mulheres e crianças e permitiu que seus soldados saqueassem os bens. Finalmente incendiou as casas e marchou contra as aldeias circunvizinhas. Os que podiam, fugiram, os inválidos pereceram e tudo o que restou foi destruído pelas chamas" (G.J. 4.488-89) citado por HORSLEY, Richard & HANSON, John. Bandidos, profetas e messias: movimentos populares no tempo de Jesus. São Paulo: Paulus, 1995, p.190.




Gadara

A cidade de Gadara foi tomada pelos romanos sem muito esforço, dado que a elite da cidade secretamente fez um acordo com os romanos para protegerem seus bens. Porém... Os rebeldes fugiram da cidade... O que lhes foi feito?

"Vespasiano mandou Plácido com 500 homens de cavalaria e 3000 de infantaria perseguir aqueles que haviam fugido de Gadara... Quando os fugitivos subitamente viram a cavalaria em sua perseguição, invadiram uma aldeia chamada Betenabris antes de iniciar qualquer batalha. Plácido ordenou um ataque e após uma renhida batalha, que se estendeu até a noite, capturou as muralhas e toda a aldeia. Os não-combatentes foram mortos em massa, enquanto os fisicamente mais capazes fugiram. Os soldados saquearam as casas e depois incendiaram a aldeia. Entrementes, aqueles que tinham fugido agitaram a zona rural."


Acabaram pois se refugiando em Jericó:

"Plácido, baseando-se na sua cavalaria e animado por seus sucessos anteriores, perseguiu-os até o Jordão, matando a todos os que podiam capturar... Seu caminho até a região era um longo rastro de carnificina, e o Jordão... e o mar Morto ficaram cheios de cadáveres..." [G J, citado por HORSLEY, p.190-1]

Sentiram alguma semelhança com uma grande trajetória percorrida pela legião perseguidora romana e pelos rebeldes perseguidos israelitas [De Gadara até os corpos serem jogados no mar] - boiando?


Possivelmente não houve um tal milagre de YESHUA (Jesus) expulsando um demônio chamado Legião de um possuído na região da Decápolis. E nem muito menos tais demônios entraram em porcos que saíram percorrendo distâncias de 50 km até se jogarem ao mar. Nada disso aconteceu. Seria de fato a coisa mais maluca ver a enorme maratona dos milhares de porcos se jogando ao mar, praticamente enfartados de tanto correrem.

O relato dos evangelistas em nada tem a ver com um exorcismo praticado por YESHUA (Jesus)  pessoalmente. O que está contido nessa passagem é uma mensagem sutil de combate ao império romano. A região da Palestina está possuída. E este demônio é Roma. Gerasa e Gadara simbolizam o mal perpetrado pelo domínio.

O evento histórico da chacina e destruição em massa perpetrada pelas tropas e legiões de Vespasiano está bem nítido na pele do evangelista que está escrevendo pouco após tais chacinas. A perseguição e morte dos rebeldes israelitas por vários e vários Km até chegarem ao mar morto e ao Jordão são invertidos pela narrativa do evangelista.


A implantação do Reino de Deus significa a expulsão do demônio [Roma] - a Legião expulsa [os porcos gentios] se precipita ao mar. O evento histórico é revertido na ótica do evangelista. Na implantação do Reino de Deus, são os romanos [a legião de demônios] que serão expulsos e destruídos.



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Imagem de Jesus encontrado no Egito


Descoberta feita no Egito pode ser uma das primeiras imagens retratando Jesus Cristo

Egiptólogos catalães encontraram uma estrutura enigmática com uma possível imagem primitiva de Jesus. O achado ocorreu em Oxirrinco, uma cidade no Alto Egito, localizada aproximadamente 160 km a sul-sudoeste do Cairo, na província de Al-Minya. É uma planta quadrada, com quatro pilastras e uma dimensão de 8 metros de largura por 3,75 metros de profundidade. “Ela é toda de pedra, com placas muito bem encaixadas e alcovas onde certamente havia estátuas”, comentou o egiptólogo Padró.

As paredes estão cobertas com cinco ou seis camadas de tinta, sendo a última correspondente ao período copta dos primeiros cristãos. Há decoração vegetal e inscrições copiadas que ainda não foram traduzidas. A descoberta mais significante é a figura de um jovem, com cachos, vestindo uma túnica curta e com a mão levantada, como se estivesse benzendo. “Poderia se tratar de uma imagem muito primitiva de Jesus Cristo”, disse Padró. No momento, a representação permanece protegida e espera-se que os escritos possam dar mais alguma luz.

A tumba, intacta e muito bem conservada, continha seu pequeno tesouro – os ricos se enterravam com suas joias e os pobres com suas ferramentas de trabalho. Os arqueólogos da missão resgataram um tinteiro metálico cheio de tinta; “ele é preto e poderíamos analisá-lo para conhecer sua composição”, contou Padró. O próprio ministro de Antiguidades do Egito, Mohamed Ibrahim, se encarregou de adiantar alguns resultados dessa última campanha de escavações na antiga cidade egípcia, que é dirigida pela Societat Catalana d’Egiptologia e a Universidade de Barcelona.


Sobre a falta de inscrições na tumba, sabe-se apenas do escriba. Seu cadáver e restos arqueológicos evidenciam que ele tinha 16 anos. A escavação da estrutura resultou em um trabalho faraônico, já que estava coberta de escombros muito pesados que, sem dúvida, foram colocados propositadamente. “Queremos realizar testes com as pinturas para ver se as camadas inferiores nos dão mais informação sobre o que pode ser essa estrutura. Não sabemos o que podemos encontrar”, admitiu Padró.

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